Fundamentos do Solidarismo
Versão 1.7
1
Introdução
Esse documento tem o objetivo de entrar em detalhes da filosofia do
solidarismo e em suas estratégias e projetos de ação. O recomendável é
que o leitor tenha lido nossa introdução em
https://solidarismo.github.io/
Esse trabalho está em desenvolvimento, quem quiser contribuir pode
nos procurar no server do dicord.
Agradecemos a todos os membros e apoiadores do coletivo, sem a ajuda
de vocês esse trabalho não seria possível.
2
Índice
Introdução 2
História do solidarismo 4
Polarização - sociedade em ruína 6
Crítica ao sistema capitalista 8
Hiperconsumo 8
Desemprego e desigualdade social 11
Obsolescência programada (em desenvolvimento) 15
Imperialismo e exploração 16
Ciência da felicidade (em desenvolvimento) 18
Convivência em sociedade (em desenvolvimento) 18
A luta que cura e gera prosperidade 19
Economia solidária e cooperativismo 21
Do lucro privado ao progresso coletivo 22
Paradoxo da tolerância, liberdade de expressão e desinformação 24
Bibliografia 27
3
História do solidarismo
O solidarismo é uma corrente social e econômica que busca
integrar os princípios de cooperação, ética e justiça social como
resposta à desigualdade e às tensões entre o capitalismo e o socialismo.
Surgido como uma terceira via entre essas duas ideologias dominantes,
o solidarismo desenvolveu-se a partir de ideias humanísticas e cristãs,
inspiradas pela convicção de que o bem-estar social depende do
engajamento coletivo e da responsabilidade mútua entre indivíduos e
instituições.
O solidarismo começou a tomar forma no final do século XIX e
início do século XX, em um contexto de profundas transformações
econômicas e sociais. O processo de industrialização acelerado criou
sociedades urbanas, mas também trouxe consigo desigualdade,
exploração e tensões de classe. Em resposta, intelectuais e líderes
religiosos, especialmente na Europa, buscaram uma alternativa às
visões rígidas do capitalismo e do socialismo. Para eles, o solidarismo
representava uma via mais humana, que colocava o bem-estar da
coletividade acima da luta de classes ou da busca egoísta pelo lucro.
Léon Bourgeois (1851-1925) foi um importante estadista e teórico
francês, considerado um dos principais articuladores do solidarismo
enquanto doutrina social e política. Sua contribuição foi fundamental
para estabelecer as bases teóricas e práticas do solidarismo como uma
alternativa ao capitalismo liberal e ao socialismo revolucionário.
Bourgeois acreditava que a cooperação entre indivíduos e grupos
sociais, mediada pelo Estado, era essencial para promover a justiça
social e resolver os conflitos gerados pela desigualdade. Para ele, "o
indivíduo isolado não existe". Os homens são interdependentes e todos
têm uma dívida para com a sociedade, que lhes permitiu florescer. Mas
como não têm as mesmas vantagens, essa dívida não pode ser igual
para todos. Para os solidaristas, um "quase-contrato" (uma metáfora
moral e filosófica, não um contrato legal) seria contraído pelos homens
desde o nascimento, do qual eles herdariam direitos e deveres, que
evoluiriam gradativamente. Este contrato incluiria um reconhecimento
de uma dívida para com a sociedade, que os educou e também para
com as gerações futuras, às quais têm o direito ao progresso humano.
4
Outros precursores do solidarismo: o sociólogo francês Émile
Durkheim e o economista Léon Harmel. Durkheim, um dos pais da
sociologia moderna, defendeu que a solidariedade social era essencial
para a coesão e estabilidade das sociedades modernas. Ele acreditava
que o crescimento de uma "solidariedade orgânica", onde indivíduos e
grupos se apoiam mutuamente, seria o caminho para resolver os
problemas gerados pela divisão do trabalho e pelas desigualdades
sociais.
Léon Harmel, por sua vez, foi um empresário francês católico
que, inspirado pela doutrina social da Igreja Católica, propôs a
cooperação entre patrões e trabalhadores. Harmel acreditava que a
luta de classes poderia ser substituída pela colaboração mútua, onde os
interesses de empregados e empregadores seriam conciliados em prol
do bem comum.
O solidarismo se desenvolveu de maneira marcante na Europa,
especialmente na França, onde influenciou as encíclicas papais e o
movimento católico social. O Papa Leão XIII, em sua encíclica Rerum
Novarum (1891), abordou temas como a dignidade do trabalho, a
importância da justiça social e a necessidade de proteger os
trabalhadores dos abusos do capitalismo. Essa encíclica foi um marco
para o solidarismo, pois representava o reconhecimento da Igreja
Católica das necessidades urgentes de uma reforma social que não se
alinhasse ao socialismo nem ao capitalismo, mas buscasse uma
"terceira via" solidária.
Na Alemanha, o solidarismo influenciou o surgimento de
movimentos de economia social, que buscavam promover o bem-estar
coletivo e combater os excessos de um sistema econômico liberal. O
solidarismo também foi promovido por políticos e intelectuais que
acreditavam que a cooperação e a justiça social deveriam ser as bases
de um novo contrato social.
Durante o século XX, o solidarismo foi adotado por movimentos
de justiça social e influenciou o desenvolvimento do Estado de
bem-estar social em várias nações europeias. Em países como Suécia,
Noruega e Dinamarca, políticas baseadas na cooperação e na
redistribuição de riqueza foram implementadas, levando à criação de
5
sistemas de saúde e previdência que buscavam promover a igualdade
social e econômica.
6
Polarização - sociedade em ruína
Políticos usam uma variedade de estratégias para radicalizar e
polarizar a sociedade, manipulando emoções para dividir a população
em "nós" contra "eles". A tática central consiste em explorar temas
sensíveis e divisivos que geram reações emocionais intensas, como
segurança, economia e valores culturais. Usam também retórica
simplista, culpando um grupo ou indivíduo como causa dos problemas,
o que direciona a frustração e os medos da população para “inimigos”
específicos. Essas estratégias infelizmente são mais eficazes para atrair
eleitores, por isso os políticos (mesmo alguns não gostando dessas
estratégias) acabam por utilizá-la.
Uma analogia é que os eleitores acabam se tornando "torcedores
de futebol", onde as pessoas se apegam emocionalmente ao "seu lado" e
deslegitimam o "adversário" independentemente dos fatos. As pessoas
acabam ficando fanáticas, querem a vitória do “seu time” a qualquer
custo, mesmo que isso signifique ignorar problemas e erros do seu
“time político” ou acreditar e espalhar mentiras.
Esse cenário gera uma migração dos centros políticos para os
polos, essa radicalização gera irracionalidade e antipatia, impede a
construção de ideias conjuntas, pois qualquer proposta é rejeitada pelo
simples fato de vir do lado oposto. À medida que as interações sociais e
as decisões individuais isolam as pessoas em grupos que não mais
dialogam, o sistema político se torna incapaz de abordar a ampla gama
de questões - ou formular a variedade de soluções - necessárias para o
governo funcionar e fornecer os serviços essenciais para a sociedade.
No Brasil, além da polarização global, também a questão do
imediatismo, com políticas públicas se tornando "políticas de intenção"
sem plano de implementação real, muitas vezes apenas para atender ao
marketing. O Estado tem sido usado por grupos de interesse que
promovem políticas públicas visando seus próprios privilégios,
enquanto isso o povo é enganado por táticas de distração, toda hora
criam polêmicas ou incidentes superficiais para desviar a atenção do
povo.
7
O Solidarismo busca reduzir a polarização e a irracionalidade
que enfraquecem o tecido social. Enquanto políticos adaptam seus
discursos, fazem novas alianças com aqueles que trocavam ofensas
poucos anos atrás, a população continua sendo enganada e
prejudicada. Não podemos ser torcedores de políticos, precisamos nos
atentar aos fatos, guiados pela serenidade e pelo compromisso com a
verdade. Defendemos uma política transparente e fundamentada em
evidências. É essencial expor ao povo aqueles que utilizam o ódio e a
divisão como ferramentas de poder, precisamos votar melhor, chega de
votar com a irracionalidade e o ódio.
Vídeo sobre a polarização no Brasil:
https://www.youtube.com/watch?v=-CIq8AQ3lgU
8
Crítica ao sistema capitalista
Hiperconsumo
O desenvolvimento econômico e social atual é cada vez mais pautado
pelo crescimento do consumo, que gera lucro para o comércio e
grandes empresas, aumentando empregos e renda, o que, por sua vez,
fomenta mais consumo. Qualquer ruptura nesse ciclo implicaria uma
crise, pois a diminuição da renda levaria ao aumento do desemprego e
ao comprometimento do acesso a bens essenciais.
Uma das principais críticas ao sistema capitalista é justamente a
emergência deste modelo de consumo. Embora suas raízes remontem à
Revolução Industrial, foi com o surgimento do "American Way of Life"
(o estilo de vida americano), popularizado nos Estados Unidos em 1910,
que o consumismo se intensificou. Isso gerou uma crise de
superprodução nas fábricas, que acumularam estoques de produtos
sem um mercado consumidor capaz de absorvê-los, levando à crise de
1929.
Para combater os efeitos da crise, o governo desenvolveu políticas de
intervenção econômica no chamado "New Deal" (Novo Acordo),
visando aquecer a economia. A partir desse momento, para garantir a
continuidade da produção em massa, foram instituídos modelos de
desenvolvimento baseados na ampliação da renda e no crédito
facilitado, promovendo um aumento ainda maior do consumo. Embora
essas políticas tenham ajudado a encerrar a crise econômica do século
XX, instauraram uma problemática maior, que o consumo pelo
consumo é um meio contraditório e insustentável de manter o
desenvolvimento das sociedades. Essa dinâmica persiste até hoje.
As críticas à sociedade de consumo não se limitam à economia,
abrangendo também aspectos ambientais. Um dos impactos do
9
consumismo é a intensificação da exploração dos recursos naturais
para a produção contínua de mercadorias. Estima-se que seriam
necessários quatro planetas e meio para sustentar o nível de consumo
dos Estados Unidos caso todos os países adotassem o mesmo padrão,
acelerando as mudanças climáticas e o colapso ambiental.
Esse cenário acarreta a devastação de florestas, o esgotamento de
recursos renováveis como água potável, florestas e solos, além de
acelerar a extinção de recursos não renováveis, como petróleo e
minérios fundamentais para inúmeros produtos.
Outro ponto crítico da sociedade de consumo é a prática da
obsolescência programada, ou planejada, que consiste na produção de
bens deliberadamente projetados para terem vida útil curta,
incentivando o consumidor a substituí-los em pouco tempo. Isso
aumenta não o consumo, mas também a pressão sobre os recursos
naturais e a geração de lixo, exacerbando os impactos ambientais.
Consumo e identidade
A razão pela que consumimos dessa forma, além de nossas
necessidades, é porque o consumo é ideológico em seu núcleo”, diz
Steve Miles, sociólogo da Universidade Metropolitana de Manchester e
autor de livros como como Consumerism: as a way of life (Consumismo
como meio de vida). “Somos obrigados a consumir de modos que não
são naturais, mas que servem para manter o status quo”. O melhor
exemplo dessa forma irracional de consumir é a prática de ir a algum
shopping, fortemente impulsionada pelas, publicidade, cinema e pela
televisão: comprar por comprar se transforma em uma atividade de
lazer de fim de semana e até em uma terapia para momentos de crise.
A protagonista da série volta ao anoitecer para casa, com os braços
cheios de sacolas de lojas, muito mais tranquila após passar a tarde
percorrendo as lojas do centro. Agora isso sequer é necessário: basta
uma conexão com a internet para comprar de casa produtos vindos de
todo o planeta e tê-los em pouco tempo na porta de casa. Em
comparação com os anos 1970, quando os consumidores eram expostos
a certa de apenas 500 anúncios por dia em média. Hoje o consumidor é
exposto a uma média de 6000 a 10000 anúncios diariamente, um
incessante bombardeio ideológico tentando converter as pessoas ao
consumismo.
10
A dinâmica do marketing continua a se desenvolver, cada vez mais
“Compramos uma marca porque está alinhada aos nossos valores e
porque nos emociona”, diz o psicólogo Albert Vinyals Nas redes sociais
somos expostos aos estilos de vida dos privilegiados e daqueles que
fingem sê-lo (influencers posando em iates, piscinas, viagens exóticas.
Ao mesmo tempo, marcas de luxo são cada vez mais comuns em
bairros pobres, impulsionados por propaganda com ídolos como
cantores, jogadores e modelos.
Fica cada vez mais difícil escapar da pressão que é imposta pelo
sistema, seja por um estilo de vida, seja por afirmação social. A moda,
o luxo, e o consumo são a versão materialista da felicidade como se ela
fosse proporcionada pelo mercado. Sem dúvida, proporciona prazeres.
Mas esses prazeres são a felicidade? Não! Consumir não basta. A
felicidade exige outra coisa, principalmente na relação com os outros e
consigo. O ser humano não pode se reduzir a um consumidor, assim
pensa Gilles Lipovetsky.
É fundamental que cada cidadão tome consciência, vendo-se como um
indivíduo pertencente ao Planeta e não como um ser egocêntrico. É
necessário aprender a separar o joio do trigo, distinguindo o que lhe é
essencial daquilo que é supérfluo à sua vida. Afinal de contas, estamos
consumindo para viver ou estamos vivendo para consumir?
11
Desemprego e desigualdade social
Como sociedade, nos acostumamos tanto com a presença do
desemprego que acabamos normalizando taxas entre 5% e 8%, como se
fossem aceitáveis mesmo sabendo que isso representa uma grande
parcela do povo sem trabalho e renda. No entanto, é fundamental
lembrar que os dados oficiais sobre desemprego não incluem pessoas
em situação de subemprego nem aqueles em desalento, ou seja,
aqueles que desistiram de procurar trabalho, mas ainda gostariam de
estar empregados. Quando consideramos esses fatores, o impacto social
do desemprego se torna ainda mais alarmante.
Os efeitos do desemprego são amplamente estudados e conhecidos:
Problema
Detalhamento
Depressão e ansiedade
Fortemente associado ao aumento de casos de depressão
devido ao estresse financeiro, perda de identidade e
exclusão social.
Suicídio
Indivíduos desempregados têm até 16 vezes mais chance de
cometer suicídio, devido à desesperança e ao agravamento
da saúde mental.
Transtornos de estresse
pós-traumático (TEPT)
A perda de emprego pode ser traumática e, em alguns casos,
desencadear TEPT, especialmente após períodos
prolongados de desemprego.
Doenças cardiovasculares
O estresse crônico causado pelo desemprego aumenta o
risco de doenças cardíacas, como hipertensão e infartos.
Problemas gastrointestinais
O estresse e a ansiedade gerados pelo desemprego estão
ligados a distúrbios gastrointestinais, como úlceras e
síndrome do intestino irritável.
Problemas
musculoesqueléticos
O estresse emocional e físico do desemprego pode contribuir
para dores musculares e problemas articulares.
Menor expectativa de vida
Estudos mostram que pessoas desempregadas,
especialmente as de longo prazo, têm uma expectativa de
vida mais baixa.
12
Uso de álcool e drogas
Pode levar ao aumento do consumo de substâncias como
forma de lidar com o estresse e a falta de propósito.
Exclusão social
A falta de trabalho leva ao afastamento social, uma vez que o
emprego é uma das principais fontes de interação e
identidade na sociedade.
Estigma social
O desemprego, principalmente o de longa duração, é
estigmatizado e pode resultar em discriminação e
marginalização.
Menos interações sociais
A perda do emprego reduz as oportunidades de interação
social, o que pode agravar o isolamento e a solidão.
Redução de renda
A perda de um salário resulta em dificuldades financeiras,
afetando diretamente o padrão de vida e a capacidade de
atender às necessidades básicas.
Aumento da desigualdade
social
Tende a aumentar as disparidades econômicas entre
diferentes grupos sociais, ampliando a desigualdade.
Maior taxa de divórcios
Coloca pressão adicional sobre os relacionamentos, o que
pode resultar em mais separações e divórcios.
Estresse familiar/Violência
doméstica
O desemprego impacta toda a família, gerando estresse
adicional, conflitos e dificuldades emocionais para os
membros da casa.
Aumento da criminalidade
O desemprego está correlacionado ao aumento da
criminalidade, como furtos e roubos, que as pessoas
buscam alternativas para sobreviver.
Acesso reduzido à educação
e qualificação
Dificulta o acesso a cursos de qualificação ou educação,
perpetuando a falta de oportunidades.
Desemprego de longo prazo
e perda de habilidades
Prolongado resulta na perda de habilidades profissionais e
aumenta as dificuldades para retornar ao mercado de
trabalho.
Ciclo intergeracional de
desemprego
Pode ser transmitido entre gerações, com filhos de pais
desempregados tendo maior probabilidade de também
enfrentarem dificuldades no mercado de trabalho.
Desemprego juvenil
O desemprego entre os jovens pode resultar em
marginalização social, comportamentos de risco e menores
oportunidades futuras.
13
Do ponto de vista coletivo, o desemprego enfraquece a capacidade de
negociação salarial dos trabalhadores, debilitando sindicatos e outras
formas de organização social. Esse enfraquecimento acentua a
desigualdade, que uma parcela menor da renda é direcionada aos
trabalhadores, concentrando ainda mais recursos nas mãos de uma
elite econômica.
Isso não deveria ser normalizado - infelizmente nos acostumamos
com esse absurdo. O desemprego não é algo inato à sociedade, mas
uma característica específica do capitalismo. Em sociedades
pré-capitalistas, o desemprego não era comum, uma vez que a
sobrevivência estava diretamente vinculada à subsistência. Em
economias socialistas, historicamente, buscou-se o pleno emprego,
como na URSS, na China e, atualmente, no Laos. Nesses modelos, o
trabalho não era tratado como uma mercadoria, mas como uma
necessidade fundamental para a construção da sociedade.
O capitalismo causa desemprego devido à busca incessante pelo lucro
como objetivo principal, em detrimento do bem-estar coletivo. Isso se
manifesta, por exemplo, no uso de inovações tecnológicas que
promovem automação, gerando desemprego estrutural ao não
proteger/re-enquadrar de forma adequada os trabalhadores
dispensados. Além disso, os ciclos econômicos do capitalismo
frequentemente incluem períodos de crise, caracterizados por altas
taxas de desemprego. Durante essas crises, as empresas buscam
reduzir custos, incluindo a folha de pagamento, o que reduz o número
de empregos disponíveis. Com menos pessoas consumindo, entra-se em
uma espiral de recessão, dificultando a recuperação econômica.
Ademais, os capitalistas podem pressionar governos a adotar políticas
públicas que ampliem o desemprego, promovendo cortes em
programas sociais, flexibilização das leis trabalhistas e outras medidas
que prejudicam os trabalhadores. Para grandes empresas, uma
economia desaquecida também favorece a concentração de mercado,
pois pequenos negócios são os primeiros a falir em tempos de crise,
ampliando a desigualdade econômica e social.
Segundo Marx, o desemprego não é uma anomalia do capitalismo, mas
uma engrenagem essencial para seu funcionamento. O exército de
reserva, composto por trabalhadores desempregados ou
14
subempregados, serve para manter os salários baixos e pressionar os
empregados a aceitarem condições de trabalho desfavoráveis. Assim,
para os capitalistas, o desemprego pode ser vantajoso, pois reduz o
poder de barganha dos trabalhadores e aumenta os lucros, mesmo que
às custas de um consumo reduzido.
A economia deveria ser guiada para o bem-estar coletivo em vez da
competição desenfreada por lucros, o desemprego e seus malefícios
podem ser erradicados. O foco deve estar na satisfação das
necessidades da comunidade, e não na acumulação infinita de capital.
O vídeo abaixo resume bem o comportamento dos capitalistas.
https://youtu.be/QDIcmJWtwU8
15
Obsolescência programada (em
desenvolvimento)
16
Imperialismo e exploração
O imperialismo, como conceito econômico e político, começou a ser
reconhecido no final do século XIX, quando as potências europeias
intensificaram suas expansões coloniais para controlar territórios e
recursos globais. Esse movimento foi impulsionado principalmente
pela Segunda Revolução Industrial e pela necessidade das potências em
encontrar mercados e matérias-primas para sustentar seu crescimento.
Pensadores como Lenin definiram o imperialismo como uma fase
avançada do capitalismo, em particular com o advento do capital
financeiro a fusão entre capital bancário e industrial e a formação
de conglomerados empresariais. Para manter a expansão do capital,
uma demanda por influência política que viabilize seus objetivos
principais: exportação de capital, garantia de mercados consumidores e
acesso a recursos estratégicos. No capitalismo, o imperialismo não é
uma escolha, mas uma exigência imposta pelo próprio sistema aos
capitalistas e ao estado.
No contexto do pós-Segunda Guerra Mundial, se estabeleceu um
cenário onde uma centralização da gestão dessa reprodução do
sistema imperialista em um único país (no caso, os Estados Unidos), que
mantém mais de 700 bases militares fora do seu território e ocupam o
lugar mundial em gastos militares, totalizando 916 bilhões de
dólares. Para igualar esse valor, é necessário somar os orçamentos de
defesa da China, Rússia, Índia, Arábia Saudita, Reino Unido, Alemanha,
Ucrânia e França. Com o dólar consolidado como moeda de comércio
global, os EUA exercem ampla capacidade de imposição de sanções
econômicas, afetando cerca de um terço dos países, majoritariamente
nações de baixa e média renda. Além disso, instituições internacionais,
como a ONU, FMI, Banco Mundial e OTAN, são influenciadas pelos
interesses dos EUA, que mantêm um aparelho ideológico por meio do
controle de grandes mídias como Meta e Google e produções
culturais e acadêmicas. Esse domínio permite moldar o debate
intelectual e justificar sanções ou ações contra países que desafiam essa
hegemonia, onde rapidamente um país ou comunidade podem ser
enquadrados como mal a ser combatidos.
A posição do Brasil como um país que sofre com o imperialismo e
ocupa uma posição periférica no sistema capitalista tem um impacto
direto e significativo na vida dos brasileiros. Devido à necessidade de
17
transferir parte do valor produzido para outras economias centrais, o
país é submetido a uma pressão constante para reduzir salários e
flexibilizar relações de trabalho. Isso resulta em empregos com piores
condições e direitos cada vez mais limitados. Além disso, o acesso a
serviços sociais essenciais, como a saúde, é prejudicado, uma vez que o
país depende de importações, seja de vacinas ou de equipamentos
médicos avançados, como os de radiografia. No campo da segurança
alimentar, uma contradição gritante: o Brasil, que exporta grandes
quantidades de alimentos e possui capacidade de alimentar cerca de
800 milhões de pessoas, enfrenta uma taxa de insegurança alimentar
que afeta 27% da sua população. Essa realidade reflete o
funcionamento de uma economia que não prioriza o bem-estar da
própria população. Outros desafios surgem nesse contexto, como a
dificuldade em promover uma economia mais sustentável. A pressão
para expandir a fronteira agrícola, visando atender à demanda de
exportação de commodities como soja e carne bovina, gera impactos
ambientais e limita a possibilidade de transição para uma economia
verde. Da mesma forma, o desenvolvimento de infraestrutura e
mobilidade urbana enfrenta obstáculos, que um sistema de
transporte público eficiente e de qualidade não é interessante para a
indústria automobilística, que lucra com a dependência do transporte
individual. Esses elementos evidenciam as limitações e contradições
que o Brasil enfrenta ao operar sob uma economia desenhada para
atender a interesses externos mais do que aos da sua população
18
Ciência da felicidade (em desenvolvimento)
Convivência em sociedade (em desenvolvimento)
19
A luta que cura e gera prosperidade
Entrar em um grupo que luta por causas nobres maiores do que nós
mesmos sempre fascinou a humanidade. Desde os tempos mais
remotos, pessoas se uniram para alcançar objetivos comuns, enfrentar
desafios ou simplesmente sobreviver. Para muitos, participar de um
movimento que compartilha valores e objetivos é um caminho de cura
e crescimento. Isso acontece pelo sentimento de pertencimento, apoio
emocional oferecido pelas conexões sociais, propósito gerado pela luta
e as conquistas alcançadas.
Pertencimento
Pertencimento é aquela percepção de alguém fazer parte de uma
comunidade, de uma família, de um grupo. Está muito ligado ao
reconhecimento e a como a pessoa tem respeitadas a sua dignidade, a
sua cultura, e as suas diferenças. Fazer parte de algum grupo ou
pertencer a algum lugar nos um sentimento de importância, de fazer
parte de algo que é maior e mais importante que nós. Não se sentir
parte de algo, por outro lado, pode causar efeitos muito negativos na
saúde física e mental e no bem-estar de uma pessoa
O sentimento de pertencimento também ajuda na prevenção de alguns
problemas de saúde mental, como a depressão, a ansiedade,
pensamentos suicidas e o sentimento de estar sozinho. A falta desse
sentimento ocasiona baixo suporte social e aumento dos casos de
depressão e pensamentos suicidas.
Um dos sintomas da depressão, mais do que o sentimento de solidão, é
o sentimento de estar deslocado e não pertencer a nenhum lugar. Isso
impacta no círculo social e no sistema de suporte social, o que pode
levar a uma piora do quadro clínico. Um estudo encontrou, inclusive,
que o isolamento social causa no corpo o mesmo tanto de desejo no
cérebro do que a fome. que, em vez de comida, desejamos ter
contato social.
A hipótese do pertencimento, proposta pelos psicólogos Roy F.
Baumeister e Mark R. Leary, em 1995, sugere que o desejo por ter
relações interpessoais é uma motivação fundamentalmente humana.
20
Segundo os pesquisadores, os seres humanos têm necessidade de ter e
manter um relacionamento duradouro, estável e significativo com um
grupo de pessoas. Essas relações são importantes porque moldam o
comportamento, pensamento e as emoções de uma pessoa, trazem
vantagens evolutivas e beneficiam a sobrevivência e a reprodução.
No mundo onde cada vez mais as pessoas frequentemente se sentem
isoladas ou alienadas, estar em um grupo com um grande propósito
pode fornecer um apoio emocional. Muitos que se sentem
desconectados da sociedade encontram no agir por uma causa uma
forma de pertencimento, algo que responde ao desejo humano de fazer
parte de algo maior. Grupos com objetivos compartilhados muitas
vezes fornecem um espaço onde as pessoas se sentem compreendidas,
aceitas e motivadas. Esse senso de pertencimento ativa áreas do
cérebro relacionadas ao bem-estar e à satisfação, resultando em uma
melhoria geral na saúde mental. Mais do que uma simples conexão, o
apoio mútuo e o incentivo dentro de um movimento ajudam os
membros a enfrentar desafios pessoais e coletivos, criando um círculo
de reforço positivo e gerando prosperidade através da ajuda mútua.
Movimentos geralmente giram em torno de um propósito ou causa
comum, e fazer parte disso nos um sentido de propósito maior.
Saber que estamos contribuindo para algo significativo cria um laço
profundo entre os participantes e fortalece nosso sentimento de
pertencimento, gerando uma sensação de segurança emocional, porque
sabemos que outras pessoas que compartilham as mesmas lutas,
ideias e objetivos. Isso cria um ambiente onde podemos expressar
nossas preocupações e buscar apoio em momentos difíceis. O
sentimento de pertencimento está ligado ao reconhecimento de nossas
contribuições. Sentir-se valorizado dentro do grupo gera satisfação e
aumenta a motivação para continuar participando ativamente.
21
Economia solidária e cooperativismo
Fatores essenciais para o desenvolvimento econômico
O crescimento econômico sustentável depende, em primeiro lugar, de
instituições inclusivas e eficazes que assegurem um ambiente seguro e
confiável para a atividade econômica. A proteção dos direitos de
propriedade, a aplicação da lei, serviços públicos eficientes e a
liberdade para contratar e realizar transações comerciais são aspectos
essenciais para um mercado próspero. Para garantir essas condições, é
necessária a presença do Estado e de instituições independentes, que
não sejam cooptadas por uma minoria poderosa, com capacidade para
manter a estabilidade, a ordem e evitar fraudes, roubos e corrupção.
Outro fator extremamente importante para o desenvolvimento
econômico é a inovação tecnológica e a automação, que são
fundamentais para aumentar a eficiência e a produtividade. No
entanto, esse processo gera efeitos colaterais, algumas pessoas,
empresas e setores podem ser negativamente impactados, como no
caso de desemprego e falências. Esse fenômeno é conhecido como
"destruição criativa", esse conceito descreve como novas e mais
eficientes empresas e tecnologias substituem as antigas e obsoletas.
Embora essa transformação seja benéfica para a sociedade como um
todo, ela muitas vezes encontra resistência e pode ser sabotada por
grupos que são diretamente impactados negativamente.
22
Gravura do final do século XVIII na qual dois trabalhadores adeptos do ludismo estão
quebrando uma máquina em um estabelecimento industrial.
Do lucro privado ao progresso coletivo
A economia solidária começou a se desenvolver como uma resposta ao
modelo capitalista industrial emergente no século XIX. A ideia de
cooperativas de trabalho e de consumo surgiu em várias partes da
Europa, especialmente na França e na Grã-Bretanha. Economia
solidária é definida como o "conjunto de atividades econômicas de
produção, distribuição, consumo, poupança e crédito organizadas sob
a forma de autogestão." Compreende uma variedade de práticas
econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas,
associações, clubes de troca.
Defendemos a economia solidária e um modelo de cooperativas que
busca garantir uma remuneração justa para todos, com um salário base
correspondente à relevância, responsabilidade e nível de habilidade
necessários para cada papel dentro da cooperativa. Esse salário base
será complementado por um bônus variável, que dependerá do lucro
da cooperativa. Assim, todos os cooperados serão diretamente
recompensados ou penalizados pelo desempenho da cooperativa. Todos
deverão ter acesso aos valores dos salários dos cooperados, assim
evitando desigualdades injustificadas e para fortalecer a confiança
entre os membros.
23
Uma vez cobertos os gastos essenciais da cooperativa como o
pagamento dos salários base, despesas com fornecedores, impostos,
fundo de reserva (para tempos de crise ou imprevistos) e
investimentos, as sobras (lucros) serão divididas entre os cooperados.
Além disso, caso a cooperativa tenha recursos excedentes, uma parte
das sobras pode ser destinada a fundos para novos investimentos e
ações do Solidarismo. Em algumas situações, os lucros podem ser
redistribuídos também para os clientes, fortalecendo ainda mais os
laços dentro da comunidade.
É essencial incentivar e promover a automação e o uso de novas
tecnologias, mas com um compromisso de justiça social. Para evitar a
resistência e garantir que ninguém seja deixado para trás, devemos
adotar medidas que protejam aqueles impactados negativamente,
oferecendo compensações generosas, mesmo em caso de demissões, e
oferecendo suporte para a recolocação dos trabalhadores em novas
funções. Dessa forma, todo o grupo será motivado a buscar a inovação,
sabendo que as transformações tecnológicas não resultarão em danos
sociais.
Consumir de forma consciente é uma ferramenta poderosa para
impulsionar mudanças positivas e criar uma sociedade mais inclusiva e
resiliente. Quando optamos por comprar de empresas que enriquecem
explorando os trabalhadores e promovendo desigualdades,
contribuímos ativamente para a manutenção de um sistema que
prioriza o lucro à custa do bem-estar coletivo. Por outro lado, ao
escolher cooperativas solidárias, direcionamos recursos para
organizações que valorizam a equidade, a participação democrática e a
redistribuição justa dos lucros.
O modelo exato de operação de cooperativas será discutido e refinado
ao longo do tempo, mas alguns princípios fundamentais estão claros:
transparência contábil, justa divisão das sobras entre os trabalhadores,
uso e incentivo de tecnologia.
24
Paradoxo da tolerância, liberdade de expressão e desinformação
Defendemos a convivência em uma sociedade aberta e plural, no
entanto, como promover uma convivência respeitosa e inclusiva sem
abrir espaço para que ideias intolerantes se tornem um risco a
sociedade? Esse dilema é abordado no "paradoxo da tolerância", de Karl
Popper. Ele alertou que a tolerância irrestrita permite que a
intolerância destrua a própria sociedade tolerante: "A tolerância
ilimitada leva ao desaparecimento da própria tolerância. Se
estendermos a tolerância também aos intolerantes... Se não estivermos
preparados para defender uma sociedade tolerante contra a investida
dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância
junto com eles" (Popper, A Sociedade Aberta e Seus Inimigos).
É necessário uma postura firme contra a intolerância, mas também
valorizar a empatia e o diálogo como formas de resgatar indivíduos
presos em ideias preconceituosas e erradas. Um exemplo marcante é o
trabalho de Daryl Davis, um músico negro que, através de conversas
respeitosas, ajudou dezenas de membros da Ku Klux Klan a abandonar
a organização. Davis se aproximava com curiosidade genuína,
desarmando o ódio ao questionar: “Como você pode me odiar se nem
me conhece?”. Esse questionamento, feito em conversas amigáveis, os
forçava a refletir sobre as bases irracionais de seu preconceito.
Ao longo dos anos, Davis construiu pontes improváveis. Em uma dessas
conversas, ele conta como um membro da Klan, após um longo diálogo,
entregou-lhe seu manto, renunciando à organização racista. "Eu não os
ataquei. Eu dei a eles uma oportunidade para se explicarem, e eles não
conseguiram sustentar seus argumentos frente a uma amizade que se
desenvolvia. Isso os fez repensar suas convicções", afirmou Davis. Esse
método, que envolve uma escuta genuína e a disposição para
questionar a intolerância sem atacar o intolerante diretamente, oferece
uma abordagem eficaz para converter radicalismos por meio da
compreensão.
No solidarismo, essa postura se torna uma prática essencial: a
intolerância não pode ser tolerada em si mesma, pois ameaça a própria
existência da sociedade. No entanto, sempre que possível, é importante
25
buscar reverter posições radicais e preconceituosas através de um
processo de resgate, onde o indivíduo é levado a confrontar suas
crenças com a realidade de uma convivência respeitosa.
A liberdade de expressão é um direito fundamental que deve ser
garantido a todos, mas ela não pode ser exercida de forma irrestrita.
Paradoxalmente, a prática sem limites desse direito pode ameaçar sua
própria existência. Para que as pessoas possam ter liberdade de
expressão é essencial que as vidas e a dignidade das pessoas sejam
preservadas. Quando alguém utiliza sua liberdade de expressão para
promover ideias como racismo, eugenia ou a destruição do Estado de
Direito, está, na verdade, comprometendo a liberdade de expressão dos
outros, ao fragilizar o ambiente de respeito e segurança indispensável
para sua prática plena.
A desinformação, boatos, mentiras, informações fora de contexto como
tática política é bem antiga. No entanto, a escala da disseminação das
redes sociais elevou esse problema para outro patamar, com potencial
real de abalar democracias.
A partir das nossas interações digitais nestas e em outras plataformas
os nossos dados e metadados são coletados e tratados por softwares
inteligentes que conseguem, por exemplo, identificar sentimentos como
medo, ansiedade, raiva, até fome. Com essas informações, é possível
definir perfis praticamente individuais dos usuários da internet. As
agências chamam esse novo mecanismo de psicometria: programas que
fazem análise de personalidade dos cidadãos inclusive com
identificação facial e conseguem apurar quase que individualmente o
comportamento das pessoas.
O escândalo Facebook-Cambridge Analytica consistia em desenvolver
estratégias de propaganda política combinando mineração e análise de
dados para o desenvolvimento de uma “máquina completa de
propaganda”. Foi esta estratégia que levou, por exemplo, à produção de
vídeos de alta precisão vinculando a imagem de Hillary Clinton,
adversária de Trump, ao termo crooked (desonesta), utilizando-se de
diferentes formas de fake news.
No Brasil, alguns programas também foram utilizados para, a partir da
análise de dados pessoais de brasileiros, basear estratégicas de
propaganda. Como, por exemplo, através do programa War Room, um
serviço em português para desenvolver, a partir de dados, o
26
“processamento de linguagem natural”. Ele usa inteligência artificial
para monitorar redes sociais Facebook, Twitter, Instagram ,
influenciadores e analisar tudo o que as pessoas estão falando e
pensando sobre a situação política e sobre candidatos. A partir disso,
consegue fazer uma gestão da imagem dos candidatos e construir
discursos, seja para conquistar votos de indecisos ou anular votos em
opositores.
Esse problema é recente e difícil de solucionar. Ideias para combatê-lo
ainda são incipientes, enfrentando barreiras como os interesses de
lobistas poderosos incluindo grandes empresas de tecnologia e
políticos que se beneficiam da manipulação das massas. Além disso,
qualquer tentativa de regulação esbarra no delicado equilíbrio com a
liberdade de expressão.
27
Bibliografia
Polarização:
https://jornal.usp.br/podcast/sociedade-em-foco-195-polarizacao-politic
a-prejudica-a-formacao-de-politicas-publicas/
https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=polarizacao-politi
ca-nao-destroi-apenas-democracia-destruir-sociedade&id=15072
https://www.faxaju.com.br/noticias/professor-espanhol-diz-que-polariz
acao-leva-a-logica-irracional-da-politica/
Desemprego e desigualdade social
https://sprc.org/news/unemployment-and-suicide/
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC1071386/
https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/31776/1/O%20impacto%20do
%20desemprego%20na%20sa%C3%BAde%20f%C3%ADsica%20e%20psi
col%C3%B3gica.pdf
Hiperconsumo:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-capitalismo-sociedade-c
onsumo.htm
https://brasil.elpais.com/cultura/2021-10-08/consumir-procurando-uma-
felicidade-que-nunca-chega-como-compramos-para-construir-nossa-ide
ntidade.html
A luta que cura e gera prosperidade
https://jornal.usp.br/radio-usp/sentimento-de-pertencimento-e-a-necessi
dade-de-manter-relacoes-estaveis-e-de-moldar-o-comportamento/
Paradoxo da tolerância, liberdade de expressão e desinformação
https://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/handle/bdtse/8039
Economia solidária e cooperativismo
https://genyo.com.br/economia-solidaria/
https://www.redalyc.org/journal/840/84057862008/html/
Livro - Why Nations Fail - Daron Acemoglu and James A Robinson
28